

ANCESTRALIDADE
A coleção Ancestralidade é uma ode visual e tátil às raízes que nos conectam ao passado e à sabedoria transmitida através das gerações. Composta por cocares étnicos criados a partir de técnicas de macramê, crochê e desfiamento de fios, cada peça é uma manifestação da riqueza cultural de povos que, ao longo da história, transformaram o ato de tecer em uma linguagem universal.
Cada cocar da coleção é uma narrativa única. As tramas de macramê evocam a força das conexões entre os membros de uma comunidade, enquanto os pontos de crochê simbolizam o cuidado meticuloso com que tradições são mantidas vivas. O desfiamento de fios, por sua vez, representa o fluxo do tempo — as pontas soltas que se expandem e se entrelaçam, tal como as histórias que se espalham e ganham novas formas.
As cores usadas na coleção são profundas e simbólicas: tons terrosos lembram a fertilidade da terra e a estabilidade das raízes; azuis e verdes evocam os elementos água e ar, essenciais à vida; e os vermelhos vibrantes representam a energia vital, a paixão e o espírito de resistência. Esses tons harmonizam-se, criando uma paleta que reflete tanto a diversidade quanto a unidade das culturas que inspiraram as peças.
Os cocares de Ancestralidade transcendem o ornamento. Eles são talismãs de memória, honra e transformação. Cada peça carrega em si um fragmento de espiritualidade, uma conexão com o sagrado e um convite à reflexão sobre as heranças que moldam nossa identidade. Eles nos lembram que somos fios de uma teia maior, tecidos por mãos que vieram antes de nós e que continuam a moldar o presente.
Essa coleção é um chamado à reconexão com nossas raízes, um lembrete de que a ancestralidade não é apenas o passado, mas um elo vivo que pulsa em cada um de nós. Ao contemplar e vestir essas obras, somos convidados a reconhecer o valor das histórias que carregamos e a honrar a força do espírito humano que transforma memória em arte e tradição em legado.
Data: Novembro de 2024



FUNDO DO MAR
A coleção de obras de arte "Fundo do Mar", criada pela artista contemporânea Denise Marques, explora o universo marinho através do crochê, com uma abordagem única que mescla o lúdico e a efemeridade dos seres aquáticos. Em cada peça, Denise transforma o crochê, uma técnica artesanal tradicional, em uma forma de expressão artística rica e sensível, criando esculturas têxteis que capturam o dinamismo e a delicadeza da vida marinha.
As obras da coleção refletem a vivacidade dos animais marinhos, como peixes, corais e estrelas-do-mar, transmitindo um senso de movimento e fluidez que remete à experiência imersiva de estar debaixo d’água. No entanto, há um contraste implícito na fragilidade dessas peças, que remetem à vulnerabilidade e efemeridade desses ecossistemas. A escolha do crochê, com seus fios delicados e texturas maleáveis, intensifica essa percepção de transitoriedade, evocando a ideia de que a beleza e diversidade dos oceanos estão ameaçadas.
Data: Maio de 2024


POROS
Há corpos que não se movem, mas habitam. Presenças silenciosas que se fixam ao mundo sem pressa, sem ruído — apenas sendo.
"Poros" mergulha nesse estado de quietude compartilhada, onde cada forma arredondada e enrugada se assemelha a uma esponja do mar: séssil, viva, atenta.
As texturas porosas criadas em crochê, com linhas em tons crus e terrosos, evocam superfícies que parecem ter sido moldadas pela água e pelo tempo. Há algo de pele, de coral, de segredo guardado em cada uma delas.
Esses seres têxteis sugerem uma sociedade subterrânea e submersa — onde cada um, em sua imobilidade, guarda pensamentos próprios, murmúrios internos que nunca ecoam em voz alta.
"Poros" é uma cartografia dos vazios, das ausências que também ocupam espaço. Um convite a contemplar o que pulsa mesmo quando não se move, a ouvir o que não faz som.
Data: Março de 2025


A VIDA
A coleção de obras de arte "A Vida", criada pela artista contemporânea Denise Marques, explora a complexidade e sutileza do corpo humano, especialmente o feminino, por meio da técnica do crochê. Em uma abordagem sensível e subjetiva, Denise transforma o crochê em uma ferramenta poderosa de reflexão sobre o corpo, evocando suas formas e nuances de maneira abstrata, mas profundamente conectada à essência da feminilidade.Portais. Sejam eles vindos diretos da ficção, reais ou não, estão diretamente conectados a nossa existência e são o nosso ponto de partida para refletirmos sobre a questão ponderada por Denise: "afinal, de onde viemos?"
Data: Maio de 2024


Mandalas de Areia
Mandalas de Areia é uma coleção viva e em constante expansão de mandalas em crochê, onde cada peça é inspirada por um deserto real do mundo. Através do fio e do tempo, cada mandala nasce com o nome de um deserto e carrega em sua trama a cor única da areia daquele lugar — do dourado intenso do Saara ao tom rosado do deserto de Atacama, passando pelo branco quase surreal do Deserto da Antártida.
Mais do que uma homenagem à natureza árida e sublime, esta coleção propõe uma meditação sobre o tempo, a paciência e a beleza do efêmero — assim como os monges tibetanos fazem com as mandalas de areia. Aqui, o crochê substitui os grãos, mas o gesto é o mesmo: repetitivo, contemplativo, ritualístico.
Cada mandala é feita à mão com fios de algodão e materiais naturais, seguindo um processo lento e intuitivo, onde os padrões circulares surgem organicamente, guiados pelo espírito do deserto que a inspirou.
Mandalas de Areia pode ser vivida como arte para contemplação, decoração ou como um portal silencioso para a introspecção.
Data: Maio de 2024


Tensão
Nesta coleção, o crochê se reinventa em fios de arame — estruturas metálicas entrelaçadas com precisão quase cirúrgica. Cada ponto é uma decisão de força e contenção. O que antes era macio, agora vibra em tensão. O que antes se moldava à mão com delicadeza, agora exige cálculo, firmeza, coragem.
Os fios parecem à beira do rompimento, como se cada volta do crochê desafiasse o próprio material a permanecer inteiro. Há uma eletricidade no ar — como se as obras respirassem, vivas, sustentadas por uma tensão invisível prestes a se soltar. E, no entanto, é impossível não sentir segurança ao encará-las. A estrutura metálica sustenta mais do que formas: ela sustenta a promessa de resistência.
"Tensão Contida" convida o olhar a percorrer linhas que oscilam entre fragilidade e potência. São obras que vivem no limiar — do colapso e da permanência, da dor e da força, do caos e do controle. Um crochê de aço, onde cada ponto carrega o peso da forma e a leveza do gesto.
Data: Maio de 2024